[MÚSICA] Olá, pessoal. Vocês já pararam para perceber por que às vezes, à noite, você vai assistir ao jornal da televisão e você tem que acompanhar os acontecimentos da eleição norte-americana, ou o que está acontecendo na França, na Espanha, mais recentemente? Isso tudo é a ação de que alguns principais países, que têm uma força econômica e política muito maiores do que outros, têm uma integração, uma governança internacional sobre os demais, que vai impactar resultados como, por exemplo, no Brasil, como que uma eleição norte-americana impacta no Brasil. Isso é chamado de geopolítica, a ação de Estado economicamente mais forte vai reverberar por todas as ações de todos os outros países economicamente, politicamente, geograficamente, culturalmente, no meio ambiente, no clima, nas questões energéticas. Então o Estado, o Estado com letra maiúscula, o país questão soberano, como a gente vai ver daqui a pouquinho, ele vai ter uma ação global e generalizada sobre o impacto de todos os países de uma maneira global. E essa geopolítica é importante também nos aspectos sociais e culturais, porque ao longo do que a gente vai ver no curso, ela vai gerar uma interligação entre a cultura dos países. Por que? Vocês podem aprender, por exemplo, daqui a algumas aulas que a gente vai ter, o impacto que a gente tem da Crise de 1929 nos Estados Unidos, o impacto cultural que ela tem principalmente nos Estados Unidos e outros países. Nos Estados Unidos, por exemplo, a gente entrando nessa questão cultural, o impacto da geopolítica traz para vocês uma crise econômica, como a gente vai ver nos Estados Unidos, que o país, com uma fome muito grande, teve que se adaptar e se alimentar com o famoso Grilled Cheese, que é aquele queijo quente norte-americano, ou com a famosa pasta de amendoim e geleia de morango, então isso vai se tornar uma questão cultural que vai se manter até hoje. O próprio Brasil tem essas questões. Estados Unidos tem essas questões da contracultura, que a gente vai ver mais para frente, da ação dos panteras negras, da ação do movimento hippie cima da Guerra do Vietnã. Toda ação geopolítica a gente vai ter o impacto cima dos países não só nessa questão econômica e social que a gente já está percebendo, grande exemplo é essa questão da pandemia, mas a gente vai ter também o impacto social, cultural e, principalmente, dos laços que vão ser mantidos ao longo do tempo. O principal expoente que a gente tem da geopolítica nesse período é a Guerra Fria, que a gente vai estudar pouquinho mais para frente, que é quando Estados Unidos e União Soviética praticamente utilizam-se da governança internacional para moldar o que é a estrutura econômica de capitalismo versus socialismo, de capitalismo que vai vencer, teoricamente, entre aspas, a Guerra Fria, e vai impactar todo o sistema econômico global a partir do movimento de globalização. Mas primeiro vamos entender o que é a geopolítica, por que a gente chega nesse período de tempo que alguns países têm ações maiores do que outros, por que eles são mais importantes do que outros. Ela nasce, a geopolítica, da soberania, através da Paz de Vestefália. Contando uma pequena história para vocês, o que é a Paz de Vestefália, a gente tem uma briga religiosa entre o cristianismo do império de Habsburgo, que ali na Alemanha viraria o Império Austro-Húngaro, e as regiões alemãs luteranas, como Munique, Dortmund, e assim por exemplo. Essas ações geopolíticas vão se cessar nessa Paz de Vestefália, que vai falar que a Igreja, o catolicismo, o cristianismo, não vão ter mais o impacto, ou o luteranismo, não vão ter mais impacto na soberania dos países. E o que é essa soberania? O país tem o direito e a ação de poder mandar nele próprio. Então você se pergunta, por que às vezes país que está uma guerra civil, a ONU não chega lá e para com aquela guerra civil? Porque o país tem o direito à soberania desde essa ação do Tratado de Vestefália e da rodada de Montevidéu 1930, muito depois dos anos de 1600 que se dá esse Tratado de Vestefália. Ao quebrar essa questão da religião, os governos políticos, Estado com E maiúsculo, vão ter o controle através das guerras, através de se manifestar e defender o próprio povo, defender a própria economia, a própria política. E aí a gente vai ter o nascimento das ideias dos principais pensadores modernos na questão da governança internacional e, mais principalmente, da geopolítica. Os dois principais que a gente traz, o primeiro é o mais conhecido globalmente, Nicolau Maquiavel, que constantemente as pessoas falam "os fins justificam os meios", mas para quem não sabe, ele não falou isso, a gente atribui essa fala a ele, mas quem falou foi antigo poeta romano chamado Ovídio, mas a questão que ele traz é muito parecida com isso. Ele vai falar que você tem que defender o seu Estado com unhas e dentes, você tem que defender o seu Estado mesmo que você tenha que apelar para a crueldade. Então você tem que partir de guerras que você não vai deixar outro país controlar o seu Estado. A partir desse momento, a geopolítica vai ser criada como uma questão não só cultural, mas uma questão de disciplina dentro das relações internacionais, dentro da economia, através do cientista político Rudolf Kjellén, no início do século XX, com uma visão junto com o geógrafo alemão Friedrich Ratzel, que ele vai fazer a Politische Geographie, ou Geografia Política, de 1897, que ele vai escrever no livro dele que toda ação de país tem que ser protegida pelo seu próprio Estado para não ter uma interferência externa. E ao você proteger o seu país nas ações que você toma, ele vai reverberar nas questões políticas e econômicas mundiais, além de estar totalmente habilitado nas questões militares. Você tem toda a ligação de você ter militarismo, de você ter uma ação de proteção do Estado, de soberania. Por isso que a maioria dos povos tem ações militares muito fortes questões de guerras, como a gente vai ver quando a gente falar nas questões soberânicas como, por exemplo, de Kosovo, da antiga Iugoslávia, da antiga União Soviética, que é uma própria proteção, a proteção do Estado para a sua própria cultura, para o seu próprio povo, e para você poder dar essa questão de manter a cultura do seu país, não ser adquirido pela cultura de outro país, que é uma questão fundamental. Ao você dominar a cultura, ao você dominar as ações político-econômicas de país, de uma região do globo, você está impactando todos os países do mundo. Por isso que eu falo para vocês que os Estados Unidos, quando ele tem a ação para você assistir na televisão a eleição americana, você sabe que todo o impacto da eleição americana vai reverberar no Brasil, vai reverberar todas as uniões econômicas do mundo, como a União Europeia, o próprio Mercosul, assim como vai reverberar também nas questões político-econômicas da própria ONU, da OMS, da Organização Mundial do Comércio, e assim por diante. Então a geografia política, que é a geopolítica, ela vai ter uma quebra depois desse Tratado de Vestefália, até 1930, com a criação do Rudolf Kjellén da geopolítica mundial, e aí a gente vai entrar no ápice da geopolítica mundial, que é o movimento de Guerra Fria. No movimento de Guerra Fria, a gente vai ter a distribuição de poder e força entre os países, a diferença entre você ser poderoso e você ser forte economicamente, e as questões de capitalismo versus socialismo, as questões de soberania, e como o próprio Vesentini fala, como a gente pode ver, a geopolítica como uma disputa de poder, e a Bertha Becker falando que você tem que agir dentro do Estado com força para você manter essa geopolítica e ter impacto global das ações que cada desses países vão trazer. Por isso vamos entrar, na próxima aula, na questão da Primeira Guerra Mundial e como o impacto dela traz toda a reverberação na geopolítica mundial através dos impactos da guerra, dos vencedores da guerra, dos aliados do eixo derrotado, e todo o impacto que ela traz na cultura e na política mundial. [MÚSICA]