[MÚSICA] Estamos iniciando o novo curso chamado liderança equilibrada e cultura de inclusão. São alguns módulos e o primeiro vai falar sobre o papel de gênero nas lideranças. Para começar, a primeira aula vai tratar de mulheres na liderança no mundo político. É por meio da política que a gente pode ver várias transformações acontecendo. Se as mulheres não estiverem do lado que a gente comanda as políticas nos países ou nos governos locais, as coisas podem não ter muitas mudanças. Você consegue, então, me falar alguns nomes na política que nós temos? Temos sim vários chefes de estado. Temos a Angela Merkel, que comanda a Alemanha há muitos anos, a Jacinda Ardern da Nova Zelândia e a Tsai Ing-wen de Taiwan. O que acontece? São grandes líderes que governam grandes países, países importantes representativos para o mundo e inclusive, tanto Jacinda quanto a Tsai foram bastante reconhecidas e até destacadas por terem uma ótima atuação durante a pandemia de Covid. No entanto, são apenas dez mulheres de todos os chefes de estado que foram eleitos no mundo. No total são 153 possibilidades, porque os outros países não contam com eleições. Esses dados são de 2018 e nesse sentido, além de termos uma pequena maioria como grandes governantes, temos apenas quarto dos membros dos parlamentos do mundo que são ocupados por mulheres. Na Câmara dos Deputados no Brasil, por exemplo, das 513 cadeiras que nós temos no âmbito Federal apenas 77 são ocupadas por deputadas e isso corresponde a 15%. Se formos pensar, é uma parte muito pequena, porque esses 15% estão longe de ser pelo menos a metade da representatividade. Essa participação das mulheres no Parlamento está muito aquém inclusive quando a gente compara com o eleitorado brasileiro. Se a gente for olhar qual é a população das pessoas que votam no Brasil é de 52,5%. A gente tem também uma cota. Essa cota, nas eleições que nós temos no Brasil, é de que dentre as candidaturas totais que nós temos, que seja pelo menos de 30% de mulheres e mesmo assim a gente acaba elegendo menos mulheres. No Senado é outro cenário, que nós temos essa minoria de mulheres. Somente 12 mulheres foram eleitas para as 81 vagas. E segundo mapa das mulheres na política 2020, feito pela Organização das Nações Unidas junto com União Interparlamentar, o Brasil ocupa a 143ª posição no ranking de representação feminina no parlamento. Como eu comentei, é lugar muito importanque, porque se as mulheres não estão lá, elas não contribuem na formulação e na elaboração de novas leis. E essas leis acabam tendo vieses, são vieses masculinos. Na América Latina, o país está à frente apenas de Belize e do Haiti, ou seja, dois países bastante pequenos e que tem ali bastante problema de equidade de gênero. Quem lidera esse ranking de representação feminina no parlamento é a Ruana, primeiro lugar, Cuba e Bolívia, que está terceiro lugar. No Brasil, há uma obrigatoriedade do número de vagas que estão ali disponíveis para mulheres nas eleições. E ela sim consegue ocupar os 30%, senão os partidos não conseguem colocar os candidatos de uma forma geral à disposição nas eleições. Mesmo assim, a gente ainda ver números bastante reduzidos, ou seja, elas até aparecem como candidatas, mas nem sempre recebem os mesmos estímulos, os mesmos incentivos e os mesmos orçamentos. Então, ela nem sempre tem essa mesma credibilidade que outros candidatos têm para diversas eleições que nós temos no âmbito municipal, estadual e federal. Temos uma pesquisadora, uma estudiosa do tema de equidade de gênero que é a Avivah Wittenberg-Cox. Ela diz que as mulheres foram exemplos de verdadeira liderança, principalmente na pandemia. Não só aquelas já destacadas na Nova Zelândia e Taiwan, mas vários outros lugares, vários governos locais, porque a gente entende que as mulheres quando estão ali nessas posições de destaque na política, acabam também entendendo pouco mais o lado da população, tem essa gestão mais humanizada. As mulheres, então, governam com mais empatia, se comunicam melhor. A gente já falou sobre várias competências e passa uma noção dessa gestão humanizada, que não precisa acontecer só nas organizações, mas também com as populações, com as populações que nós temos diversos países. É urgente que a gente pense mais mulheres na política, porque isso dá mais representatividade do povo, que é diverso, mas que nem sempre é representado ali onde a gente tem mais poder. Até a próxima aula. [MÚSICA]