[MÚSICA] Olá. Neste módulo três, nós vamos falar sobre o papel da mulher no mundo corporativo e a gente vai começar com uma aula para entender qual é a representatividade da mulher nas organizações As mulheres são minoria todos os espaços das organizações? A gente têm falado que as mulheres são, sim, minoria no mercado de trabalho de uma forma geral, mas não são minoria todos os espaços, porque algumas áreas elas são, inclusive, maioria Elas ocupam mais da metade dos cargos que a gente fala nas áreas de RH, sendo até 3/4 da área As mulheres são maioria na educação básica, as mulheres são a maioria na saúde também, entre outros setores. A gente pode ver grande grupo de mulheres ocupando vários desses espaços Mas elas não são maioria nas lideranças mesmo nessas áreas que elas são ali mais da metade Elas não são maioria também na educação superior, ou seja, a gente não pode falar da parte educacional de forma geral porque no nÃvel superior elas são minoria, elas não chegam a nem 10% nas áreas de exatas. Dependendo das áreas, sim, elas podem até ser maioria, mas dificilmente nas lideranças na gestão de pessoas e nem mesmo nos hospitais, quando a gente fala dessas áreas todas. Mesmo na moda. Quando a gente fala da moda é muito comum a gente remeter à aquela imagem que nós temos das modelos, então aquelas modelos, artistas que trabalham com isso, claro que muitas vezes elas são maioria sim nesse tipo de negócio, mas quem está ali na liderança, quem está ali comandando esses negócios e realmente ganhando mais dinheiro do que todo mundo costumam ser os homens. É muito comum, inclusive, quando a gente vê os estilistas. Os estilistas de alto nÃvel são também, da grande maioria, homens Então a gente olhando o gráfico, por exemplo, o que a gente vê nesse estudo do 'Why diversity matters' da McKinsey? A gente vê ali, nesse espaço destacado, qual é a representatividade feminina, ou seja, a gente vai percebendo que, da esquerda pra direita, a gente vê ali também a mesma forma de enxergar esse crescimento nos nÃveis hierárquicos Então a gente vê do lado esquerdo os nÃveis de entrada, assim como do lado direito de cada gráfico aquele nÃvel mais alto, que seria o de CEO ou C-Level Então quanto maior a gente vê esse cargo, menor é a representatividade das mulheres A gente vai vendo esse perfil de funil. Então isso vai se afunilando desde o primeiro ano da pesquisa que se iniciou 2015. Mesmo 2020, quando esse relatório foi lançado, no mês de setembro isso também mostrou que não houve grandes avanços. Os nÃveis de entrada estão muito estáveis, as mulheres são quase metade, só quando a gente olha lá no topo esse crescimento foi realmente muito pequeno e pouco representativo. Segundo a OIT, quando nós olhamos para a América Latina temos uma participação relativa muito maior de homens no mercado formal de trabalho do que das mulheres. Então dentre todos os homens, quase 78% deles estão no mercado formal de trabalho – isso quando a gente fala de América Latina, os números são também mais ou menos parecidos quando a gente fala de Brasil – e as mulheres ocupam ali menos de 56%, ou seja, menos de 56% de todas as mulheres estão no mercado formal de trabalho No Brasil, as mulheres são 44% de toda a força de trabalho, ou seja, elas representam ali ainda menos da metade dos trabalhadores totais, mas a participação das mulheres no mercado de trabalho é a menor 30 anos. Isso foi grande efeito da pandemia, que trouxe esse tipo de problema. Lembrando que até os meados da década de 1960, as mulheres casadas, no Brasil, precisavam da autorização legal do marido para poder participar do mercado de trabalho. Ou seja, a mulher só teria uma carteira de trabalho assinada caso o marido autorizasse esse tipo de questão. E se a gente for pensar, não é nada muito longo, faz pouco tempo que a gente tem esse tipo de legislação que teve alteração Só por meio da constituição federal de 1988 que a gente realmente tem uma lei que vai ter equilÃbrio e que se apresenta maior equidade para homens e mulheres relação à s questões trabalhistas. Então é algo tardio e a gente tem visto que é necessário ainda outras mudanças e outras questões serem discutidas. Há pouco mais de 30 anos que os direitos no trabalho são iguais para homens e mulheres e, se formos pensar, os direitos até são iguais na lei, mas a aplicação de tudo isso que acontece ainda é diferente Temos discriminação, temos poucas mulheres promovidas a cargos de liderança, temos diversos obstáculos que ainda estão presentes no dia a dia das organizações E ainda está andamento há muitos anos projeto de lei que a gente vê uma exigência de que homens e mulheres tenham salários iguais Isso no Brasil. Foi projeto de lei que começou há bastante tempo e que está voltando pra ser aprovado No mundo, existe somente paÃs que os salários devem ser iguais para homens e mulheres, que é a Islândia, infelizmente uma população muito pequena que é atingida por esse tipo de benefÃcio Reconhecimento dessa importância de equilÃbrio deveria vir por parte das organizações também, porque não somente as leis são importantes pra gente entender como que isso pode favorecer homens e mulheres, mas a gente também entende que o papel das organizações é fundamental. Elas poderiam dar mais espaço para as mulheres todas as partes das empresas, já que a gente tem ainda algumas áreas que são ocupadas por maior parte de mulheres, o que é interessante, mas por outro lado ainda a gente vê outras áreas que são muito pouco representadas. Na liderança elas são ainda minoria e isso precisa ser melhor trabalhado Na próxima aula a gente vai falar sobre os guetos femininos. [MÚSICA]